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quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Brasil desiste de disputa sobre subsídios comerciais do Canadá na OMC

19/02/2021 13h51 – Atualizado em 19/02/2021 13h51

Brasil desiste de disputa sobre subsídios comerciais do Canadá na OMC

Por Infocoweb

O Ministério das Relações Exteriores informou que o Brasil encerrará a disputa com o Canadá em razão dos subsídios concedidos pelo país norte-americano à empresa aeronáutica Bombardier para fabricação de aeronaves C-Series. O contencioso foi iniciado em 2017 na Organização Mundial do Comércio (OMC).Brasil desiste de disputa sobre subsídios comerciais do Canadá na OMCBrasil desiste de disputa sobre subsídios comerciais do Canadá na OMC

Para o governo brasileiro, os subsídios de mais de US$ 3 bilhões “distorceram as condições de concorrência no mercado de aviação comercial e causaram sérios prejuízos à empresa brasileira Embraer”, que também fabrica aeronaves de médio alcance. “O Brasil permanece convencido da solidez dos argumentos apresentados no caso. No entanto, o contencioso na OMC mostrou-se ineficaz para remediar os efeitos da concessão de subsídios em tão larga escala para o setor de aviação comercial. Esse setor é hoje fundamentalmente distinto daquele existente quando o contencioso foi iniciado”, diz a nota do Itamaraty divulgada ontem (18).

Além disso, o ministério argumenta que a retirada da Bombardier do mercado de aviação comercial minimizou as possibilidades de obter solução a partir de contencioso contra o Canadá. A fabricante canadense também vendeu o programa C-Series para a empresa europeia Airbus, que transferiu parte de sua produção final para os Estados Unidos.

“Com o encerramento do contencioso, o Brasil passará a concentrar-se, com renovado ímpeto, no lançamento de negociações de disciplinas mais efetivas para o apoio governamental no setor de aviação comercial, abrangendo o lançamento, o desenvolvimento e a produção de aeronaves comerciais e tecnologias correlatas”, informou o Itamaraty. Para o governo brasileiro, essas negociações são “a melhor forma de restabelecer a igualdade de condições no mercado de aviação comercial, setor que gera US$ 500 bilhões anuais e 1 milhão de empregos no mundo”.

A nota destaca ainda que o Brasil é favorável a uma discussão internacional ampla e horizontal, nas instâncias pertinentes, incluindo o G20 (grupo das maiores economias do mundo), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e a própria OMC, sobre todos os subsídios, industriais e agrícolas, “a fim de reduzir distorções comerciais, assegurar condições equilibradas de concorrência, aumentar a eficiência produtiva e promover desenvolvimento sustentável”.

Edição: Valéria Aguiar

© Marcello Casal JrAgência Brasil

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