23/07/2019 17h03 – Atualizado em 23/07/2019 17h03
Senador Nelsinho Trad ministra palestra na UFMS e diz que “Rota Bioceânica é prioridade em seu mandato”
Por Neiba Yukime Ota Marinho
A palestra do senador Nelsinho Trad (PSD) sobre a Rota Bioceânica: Oportunidades Econômicas e Científicas, no evento da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), atraiu mais de 100 participantes. A sala do complexo multiuso lotou e o mediador do debate, reitor da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) Fábio Edir dos Santos, lamentou aos que não puderam assistir pelo espaço restrito e prometeu uma segunda edição. “Desejamos ter novamente o senador com os acadêmicos, esse assunto é muito importante e interessante”, comentou o apresentador.
De maneira didática e explicativa, o senador Nelsinho Trad esclareceu que a Rota Bioceânica é um corredor rodoviário, que liga os oceanos Atlântico e Pacífico, e cujo traçado tem início em Porto Murtinho e segue até o porto de Antofagasta, no Chile, passando por Mato Grosso do Sul e o norte do Paraguai e da Argentina. Para o parlamentar, esse projeto é uma oportunidade que não se pode ser descartada para o povo sul-mato-grossense. “Quando a gente enxerga oportunidades, deve abraçá-las. Eu vi a Rota Bioceânica como um e se tornou prioridade no meu mandato. E, por coincidência ou consequência, eu me tornei o presidente da Comissão de Relações Exteriores, depois o coordenador da bancada federal de MS e fui incluído no Parlasul, sou membro como parlamentar e coloquei a Rota Bioceânica em discussão no próximo semanário. Lá, não se falava nela”, disse o palestrante.
De acordo com o senador, o Corredor Rodoviário Bioceânico irá gerar novas oportunidades econômicas para Mato Grosso do Sul. “Os produtos chilenos, argentinos e paraguaios passarão a ingressar no Brasil por Porto Murtinho, Corumbá e Ponta Porã. Ou seja, não será unicamente pelo Sul do Brasil, mas também pelo Centro-Oeste. Os produtos da região chegarão aos mercados mais distantes a preços mais competitivos”, explicou o senador.
As empresas de transporte já preveem, segundo ele, redução de 60% nos custos. “Quando estiver em operação (2 a 3 anos), será possível transportar uma carga de MS a Antofagasta em dois a três dias, e embarcar o produto com destino à Asia. Evita-se congestionamento dos portos de Santos e Paranaguá e passagem pelo Estreito de Magalhães (perigoso) ou Canal do Panamá (caro). Viagem entre Antofagasta e Xangai dura 35 dias, enquanto o deslocamento Santos a Xangai consome 49 dias. Então, economizam-se 14 dias. O empresário de MS vai encontrar no Chile portos mais eficientes e menos congestionados do que no Brasil”, comparou o senador.
A frequência de navios do Porto de Antofagasta para a China será de três a quatro por semana. Frete reduzido em relação aos portos brasileiros: de U$ 2.300 para U$ 1.520 por um contêiner de 20 pés. “Economia de U$ 780 dólares por contêiner”, citou.
O mais interessante, conforme destacou o senador é a distância que será reduzida. “A grande maioria das importações chilenas (60%) ingressa no Brasil pelos portos de Santos, Paranaguá e São Francisco do Sul. Quando se destina a Campo Grande, essa mercadoria é transportada através de São Borja ou Uruguaiana (RS) por 4.516 km pela Rota Bioceânica, Com mesma origem e destino, a distância será reduzida quase pela metade. De 4.516 km vai 2.396, redução de 2.120km”, enfatizou.
Participaram da rodada de debate sobre esse assunto o embaixador João Carlos Parkisson, o embaixador do Paraguai Ricardo Caballero Aquino. A palestra foi prestigiada também pelo secretário do MEC (Ministério da Educação) Arnaldo Barbosa de Lima Jr, o reitor da UFMS Marcelo Turine e a vice-reitora Camila Ítavo.