21/05/2019 13h53 – Atualizado em 21/05/2019 13h53
Atvos, antiga Odebrecht Agroindustrial, pode passar por reestruturação de dívidas
Nos próximos meses, várias empresas do grupo Odebrecht devem entrar em recuperação extrajudicial ou até mesmo judicial; sucroenergética pode fazer parte da lista
Por novaCana.com – Com informações do Valor Econômico
Em crise financeira e de imagem há pelo menos quatro anos, a Odebrecht ainda luta para se desvencilhar das consequências da Operação Lava-Jato, que trouxe à tona escândalos de corrupção envolvendo a companhia. Agora, segundo reportagem do Valor Econômico, o grupo precisa de pelo menos R$ 1 bilhão para manter suas atividades funcionando por mais um ano.
Os recursos, ainda conforme a reportagem, não seriam destinados para cobrir dívidas, mas para garantir o funcionamento cotidiano das empresas, incluindo os pagamentos devidos ao Ministério Público.
As empresas da Odebrecht já estão inadimplentes no serviço e na amortização das dívidas há pelo menos seis meses, com a empresa mantendo conversas com os credores para encontrar uma saída. As únicas exceções são a petroquímica Braskem, que possui condições próprias, e a Ocyan, que finalizou uma recuperação extrajudicial em 2017.
Dessa forma, a expectativa é que várias empresas do grupo entrem em recuperação extrajudicial ou judicial nos próximos meses. A relação inclui a Atvos, que atua no setor sucroenergético; a Odebrecht Engenharia e Construção (OEC); a OR, antiga Odebrecht Realizações; e a Odebrecht TransPort (OTP).
A Atvos, inclusive, é tida pela reportagem como um dos casos mais urgentes. Segundo o Valor Econômico, no começo do ano, foi feito um plano para cortar pela metade uma dívida de R$ 11 bilhões, com a conversão do valor em debêntures de participação de resultado.
A proposta, no entanto, não teria agradado o BNDES e um segundo credor, que teriam alegado só aceitar a estrutura com um novo dono. Segundo as fontes consultadas, contudo, a negociação de venda não ocorrerá no tempo que a empresa precisa.
Além disso, o fundo Lone Star, que forneceu capital de giro no começo de 2018, obteve nesta semana uma vitória na Justiça. A decisão exige da Atvos o depósito de cerca de 65% das vendas de etanol em favor do fundo. Com isso, o projeto de uma reorganização definitiva das dívidas teve de ser adiado.
De acordo com o Valor Econômico, a saída, por ora, seria uma recuperação extrajudicial para alongamento das dívidas, incluindo carência para juros.