Na manhã desta quinta-feira (26), o Sinergia-MS, sindicato que representa os eletricitários da Energisa/MS, organizou uma paralisação em Campo Grande e Dourados. O protesto foi contra o sobreaviso não remunerado que a empresa está impondo aos trabalhadores durante as festas de fim de ano. Na Capital, os portões da sede ficaram fechados por 1h30.
Trabalhadores tiveram suas folgas canceladas e foram escalados arbitrariamente para ficarem de sobreaviso durante o Natal e o Ano Novo, ignorando suas necessidades de descanso e convivência com suas famílias. Equipes relataram ao Sinergia-MS que estão há mais de 30 dias em viagem e foram obrigados a trabalhar no período de festas.
O sindicato divulgou que a paralisação também ocorreu em Dourados, devido à imposição do sobreaviso não remunerado no plantão de Natal e Ano Novo. Profissionais foram avisados de última hora sobre a escala, prejudicando o descanso e a convivência com os familiares.
No Instagram, o Sinergia-MS publicou: “PARALISAÇÃO NA ENERGISA/MS | Sobreaviso obrigatório no fim de ano”. O chamado obrigatório da Energisa/MS durante o Natal e Ano Novo gerou revolta entre os trabalhadores. Em protesto, o sindicato promoveu uma paralisação na manhã desta quinta-feira (26) em Campo Grande e Dourados. Na Capital, os portões da sede da empresa ficaram fechados por 1h30 e uma grande fila de veículos se formou na Av. Gury Marques.
A diretora do Sinergia-MS Aliceia Araújo, ressalta que atitudes como essa da Energisa/MS colocam a saúde mental da categoria em total desequilíbrio. “Trabalhadores estão se arrastando, adoecendo, correndo risco de vida devido ao cansaço e à exaustão, e no fim do mês a conta não fecha. Falta salário e sobra conta para pagar. Ficar de sobreaviso a semana toda sem receber é demais para qualquer ser humano”, destacou Aliceia.
O Sinergia-MS vai seguir acompanhando os desdobramentos na próxima semana. O secretário-geral Elvio Vargas frisou que “se a empresa for arbitrária no Ano Novo, nós vamos mostrar para mostrar para ela que Sindicato e categoria estão juntas nessa luta”. Ele relembrou que o ACT 2024/2025 não será fechado esse ano porque a empresa se recusa a negociar uma proposta decente para a categoria, sem mexer nos direitos já conquistados anteriormente.
“O movimento de paralisação e greve são legítimos, e se preciso for, a gente vai parar. Aqui existe resistência e temos que mostrar nossa indignação com todos os desrespeitos, mas é só através da luta que vamos conseguir avançar”, finalizou Elvio.
Resposta da Energisa
A concessionária respondeu que o Plano de Operação Especial está em vigência e tem o objetivo de garantir maior rapidez nos atendimentos aos clientes nesse período de festas. A medida, garantiu a Energisa, é uma prática tradicional e também atende às regulamentações da Agência Nacional de Energia Elétrica e do Operador do Sistema Nacional.
Confira a nota da Energisa na íntegra:
“A Energisa esclarece que está ativo o Plano de Operação Especial para minimizar efeitos de eventuais interrupções de energia e garantir maior agilidade nos atendimentos no período das festividades de final de ano. A medida é uma prática tradicional da Companhia e também atende às regulamentações da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e do Operador do Sistema Nacional (ONS).
De acordo com o Plano de Operação Especial, equipes de eletricistas de plantão são alocadas em pontos estratégicos dos municípios do Mato Grosso do Sul para facilitar a logística em caso de contingências”.