Informação foi confirmada pelo secretário Jaime Verruck durante Seminário Internacional da Rota Bioceânica
Governo do Estado e autoridades paraguaias assinam nesta quarta-feira (19) um acordo para desenvolver um projeto de estudo que viabilize um acordo de gás natural entre os dois países. A informação foi confirmada pelo titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, durante a abertura do Seminário Internacional da Rota Bioceânica, que teve início nesta terça-feira (18), em Campo Grande.
O mote do acordo entre os dois países é fazer com que o gás advindo da Argentina chegue até o Brasil via Rota Bioceânica, e seja conectado com o gasoduto Brasil-Bolívia, o que geraria uma nova oferta de gás em Mato Grosso do Sul por meio do lado paraguaio da Rota.
“Amanhã (19) nós vamos assinar um acordo para estudos, autoridades de Mato Grosso do Sul, o ministro das Minas e Energia, e o governo do Paraguai para desenvolver estudos que deem possibilidade de desenvolver o gasoduto ao longo da rota, de Salta, saindo da Argentina, até o gasoduto (da rota bioceânica) não necessariamente Campo Grande”, disse Verruck.
O secretário disse que o tópico é sensível também aos líderes municipais, visto que 24 municípios sul-mato-grossenses serão afetados pela Rota Bioceânica, que deve estar pronta ao fim de 2026. “Eu acho que a pauta dos prefeitos é uma pauta relevante. São eles (prefeitos), que vão fazer a gestão dos impactos da rota ali nos seus municípios. São 24 prefeitos que estão aqui, afetados diretamente pela Rota (Bioceânica).”, finalizou.
De acordo Verruck, a ampliação da oferta do combustível é essencial para o funcionamento da indústria em Três Lagoas.
Lançamento de aplicativo
Durante o evento, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), anunciou o lançamento de um aplicativo para divulgar as potencialidades econômicas e turísticas das cidades que compõem a Rota Bioceânica. A ferramenta, que está em fase de aperfeiçoamento, visa democratizar o acesso a informações sobre infraestrutura, rede hoteleira, gastronomia e setores estratégicos das localidades envolvidas na rota. Apesar do anúncio, não há um prazo definitivo para o início do funcionamento.
Cabe destacar que os municípios interessados em integrar suas informações à plataforma devem buscar auxílio junto a equipe técnica da prefeitura de Campo Grande, responsável pela inclusão dos dados.
“Hoje estamos lançando aqui o aplicativo da Rota Bioceânica, ferramenta que permitirá aos visitantes e investidores explorarem os negócios e o turismo das cidades envolvidas, acessando informações sobre a rede hoteleira, gastronômica e pontos estratégicos, como sedes de governos e prefeituras”, falou a prefeita.
A plataforma foi desenvolvida pela secretaria de desenvolvimento de Campo Grande e funcionará de maneira similar ao aplicativo Waze, com dados sobre industrialização, PIB, agronegócio, e demais informações das cidades participantes
“Muitas vezes, ao buscar informações no celular, não encontramos todos os detalhes necessários. Pretendemos suprir essa lacuna e fomentar a rede gastronômica, incluindo restaurantes capacitados para atender turistas em espanhol e inglês, facilitando a vida de quem visita nossa cidade”, finalizou Adriane.
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O evento
Iniciado nesta terça-feira, o Seminário Internacional da Rota Bioceânica acontece até a próxima quinta-feira (20) e reúne cerca de 1400 participantes, de 22 países das Américas, Europa, África e Oceania.
O objetivo do evento é fomentar o desenvolvimento e a integração regional entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, destacando as oportunidades e desafios que serão gerados pelo Corredor Bioceânico de Capricórnio, trajeto rodoviário de 3.250 km que vai conectar os oceanos Atlântico e Pacífico, passando por 8 territórios de 4 países (Regiões de Tarapacá e Antofagasta, no Chile; Províncias de Jujuy e Salta, na Argentina; Departamentos de Boquerón, Presidente Hayes e Alto Paraguay, no Paraguai e o Estado de Mato Grosso do Sul, no Brasil), até chegar aos portos chilenos de Iquique, Antofagasta, Mejillones e Terminais Tocopilla.
“Vamos discutir questões extremamente relevantes, como a infraestrutura. Cada um dos países tem um papel importante para que a gente tenha no prazo de dois anos a consolidação de toda a infraestrutura. Nós vamos discutir toda a situação das alfândegas, que é uma questão crucial para a competitividade da Rota. E mais importante, discutir o desenvolvimento econômico das regiões afetadas pelo Corredor Bioceânico”, lembrou Verruck.
De acordo com o titular da Semadesc, “a ideia é discutir mercado, discutir competitividade e desenvolvimento local. O Corredor Bioceânico é um grande projeto nacional que impacta não somente a Mato Grosso do Sul. Ele é importante para o Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. Nós estamos redesenhando a geopolítica internacional de ligação entre o Atlântico e o Pacífico e olhando para os mercados asiáticos”, complementou em nota.