21/03/2021 17h31 – Atualizado em 21/03/2021 17h31
Colapso na saúde muda rotina na Assomasul e em repartições públicas
Por Willams Araújo
A rotina de trabalho não será a mesma a partir desta segunda-feira (22) na Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul) e em repartições públicas estaduais e municipais, no caso de Campo Grande, por causa do agravamento da situação no setor de saúde que atingiu o grau máximo de internações nos hospitais de pacientes infectados por Covid-19 (novo coronavírus).
A determinação da entidade é que diretores e colaboradores continuem atuando de segunda a sexta-feira (26) com a mesma determinação para atender os municípios, mas, desta vez, em suas casas pelo sistema de teletrabalho.
“Devido ao agravamento da crise na área de saúde pública, decorrente do aumento do número de contaminações por Covid-19 em MS, a diretoria da Assomasul decidiu suspender suas atividades internas de 22 a 26 de março, período em que nosso corpo técnico, incluindo diretores e colaboradores, deverão exercer suas funções normalmente pelo sistema home-office”, diz comunicado publicado no site oficial da entidade municipalista, presidida pelo prefeito de Nioaque, Valdir Júnior.
No último dia 8 de março, Valdir Júnior e prefeitos receberam na Assomasul a visita da secretária-adjunta de Estado de Saúde, Christine Maymone, e técnicos da área de saúde para apresentação de dados do Programa Prosseguir.
Seis dias depois, o presidente da Assomasul publicou um comunicado suspendendo por tempo indeterminado o atendimento presencial ao público na sede da associação.
A nota orienta os prefeitos a seguirem o decreto do governo estadual com medidas restritivas contra a Covid-19.
Editado no último dia 10 pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o decreto institui, entre outras normas, o toque de recolher, das 20 horas às 5 horas, em todos os municípios do Estado.
PROSSEGUIR
O que mais intriga as autoridades públicas, apesar de todos os cuidados, é a classificação dos municípios no programa “Prosseguir”, que piorou em relação a última atualização feita no final de fevereiro, tendo agora 44 municípios na bandeira vermelha e um na cinza, que é Campo Grande, quando a avaliação é de risco extremo de contaminação.
O programa “Prosseguir” foi criado para avaliar e classificar os municípios em faixas de cores, de acordo com o grau de risco que cada cidade
As novas medidas restritivas foram adotadas primeiro pela prefeitura de Campo Grande como forma tentar frear o avanço da Covid-19 e reduzir o número de internações e óbitos provocados pela doença na cidade.
Entre as estratégias anunciadas na capital está a antecipação dos feriados e restrição de atividades no período de 22 a 28 de março.
A lotação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no SUS (Sistema Único de Saúde) preocupa a SES (Secretaria de Estado de Saúde), prefeitos e prefeitas, secretários municipais de saúde e outras autoridades públicas.
De acordo com a SES, a macrorregião de Campo Grande chegou a 107% de ocupação na quinta-feira (18) dos leitos hospitalares.
Por causa disso, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa também decidiu suspender as atividades parlamentares e administrativas na mesma data.
No legislativo, as atividades estarão suspensas até o dia 29 de março. Durante o período, em caso de emergência, poderão ser realizadas sessões extraordinárias em Plenário, por meio de videoconferência.
Da mesma forma, o Tribunal de Justiça suspendeu trabalho presencial de magistrados, servidores, estagiários, menores aprendizes e demais colaboradores nas unidades administrativas e judiciárias entre os dias 22 e 26 de março.
Nesse período, as atividades serão realizadas normalmente, mediante regime de teletrabalho, e o atendimento ao público será realizado remotamente.
CENÁRIO
A diretoria da Assomasul e os gestores municipais têm acompanhado atentamente o cenário da crise na saúde pública desde o início da pandemia, em março de 2020. Contudo, todas as medidas de prevenção estão sendo adotadas, incluindo orientações aos gestores sobre a importância do distanciamento social e uso de EPI (Equipamento de Proteção Individual), entre outros mecanismos visando proteger a população do vírus que tem feito vítimas fatais em Mato Grosso do Sul, no país e no mundo.
Embora a Secretaria de Saúde continue adotando uma série de medidas de combate a Covid-19 e o governo do Estado liderar a aplicação das vacinas em nível nacional, Mato Grosso do Sul teve sua pior semana em relação a pandemia do coronavírus, com recordes de mortes e pessoas internadas devido a doença.
Segundo a pasta, de segunda (15) até sexta-feira (19) foram registrados 5.661 casos novos de Covid-19 no Estado, com 162 novas mortes neste período.
O recorde de óbitos desde o começo da pandemia ocorreu na quarta-feira (17) com 42 (mortes) notificadas em apenas um dia. Trata-se da mesma quantidade de vidas perdidas para a dengue em todo o ano de 2020, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela pasta.