27/04/2018 15h23 – Atualizado em 27/04/2018 15h23
Escola Barão de Douradina é pioneira no estado em compostagem com método UFSC
Por Leandro Narciso
Alunos do Clube de Ciências da Escola Estadual Barão do Rio Branco, acompanhandos por acadêmicos do curso de Agronomia da UFGD, professora cientista de solos da UFGD Carla Carducci, merendeiras da escola, professores e direção escolar, acompanharam nessa sexta, 27 o pesquisador e Agrônomo Felipe Scarsanella de Santa Catarina a abertura de uma nova leira na composteira da horta escolar.
Nessa atividade foi realizado a montagem de uma leira de compostagem e finalizado com a prática da “virada das bombonas”, operação realizado para despejar os resíduos orgânicos. Na oportunidade os alunos puderam conhecer o histórico desse método bastante utilizado em pátios de compostagem no município de Florianópolis.
“O Clube de Ciências da Escola Barão possui atualmente quarenta alunos, das turmas do sexto ano do ensino fundamental ao terceiro ano do ensino médio e tem como objetivo a divulgação da ciência. Esse projeto escolar é coordenado pelas professoras Juliana Zanata Palombo e Joyce Monteiro Sampaio e conta com o apoio dos professores Vanderlei Narciso e Kelismar Pires Caminha”, informou a Diretora Adjunta Janaina Spessoto Sais.
Segundo o engenheiro Agrônomo Felipe Scarsanella, Agrônomo da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) o método UFSC de compostagem de resíduos orgânicos é um trabalho de pesquisa de mais de 20 anos do professor Paul Richard Momsen Miller, do departamento de Engenharia Rural da Universidade Federal de Santa Catarina. Consiste na adaptação do método de compostagem termofílica em leiras estáticas com aeração passiva à realidade brasileira, de forma a otimizar o processo de transformação da matéria orgânica em fertilizante natural.
“Não se tem conhecimento no estado de Mato Grosso do Sul da utilização desse método UFSC de compostagem, e sua aplicação em horta escolar é muito pouco conhecido em escolas públicas e particulares no pais, pois o método de compostagem mais difundido no pais é o tradicional” informa pesquisador Felipe.
“Estamos felizes em vê a nossa escola Barão, sendo considerada pioneira na difusão dessa metodologia UFSC de compostagem no estado e agradecemos a todos os envolvidos nesse importante projeto, que envolve toda a comunidade escolar, empresários que não pouparam esforços nas doações de materiais e implementos para a construção da horta, o apoio recebido da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), e do poder público municipal”, destaca Diretora Ana Celia Gerotti.
Conheça o método UFSC de compostagem de resíduos orgânicos
O método UFSC de compostagem caracteriza-se por ser um modelo simples e de fácil operação, não havendo maiores exigências quanto ao uso de equipamentos e podendo ser aplicado em diferentes escalas de geração de resíduos, desde doméstica até municipal.
A compostagem dos resíduos no método UFSC ocorre na fase termofílica, ou seja, a decomposição microbiológica da matéria orgânica ocorre em um ambiente onde as temperaturas das leiras de compostagem ficam acima de 45ºC, podendo ter picos que podem ultrapassar 70ºC.
Diferente de outros métodos de compostagem onde há a necessidade de revolvimento das leiras, no método UFSC não há necessidade de revolvimento da leira para mistura de material, homogeneização de temperatura e aeração. Desta forma, o processo operacional torna-se muito mais simples, não necessitando de pessoal ou equipamentos para executarem estas atividades.
Outra importante característica do método esta relacionado a aeração das leiras. Sua aeração é realizada de forma passiva, ou seja, a aeração é feita por convecção natural, onde o ar quente sai pelo topo da leira enquanto que o ar frio é sugado pela sua base permeável.
Observa-se então que, no método UFSC de compostagem de resíduos orgânicos, a arquitetura da leira deve ser bem estudada, uma vez que ela que garantirá a aeração adequada para o processo de decomposição da matéria orgânica. Suas dimensões variarão com a disponibilidade de espaço, mas de forma geral, sua largura não deve ultrapassar 2 metros ou a entrada de ar no interior da leira estará comprometida.
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