06/12/2017 14h06 – Atualizado em 06/12/2017 14h06
Tiririca faz primeiro discurso na Câmara para dizer que está ‘abandonando a vida pública’
Segundo a assessoria, deputado não pretende disputar novas eleições. Tiririca está no segundo mandato e afirmou que abandonará a vida pública por estar ‘bem chateado’ com a política.
Por Fernanda Calgaro, G1, Brasília
O deputado Tiririca (PR-SP) subiu à tribuna da Câmara nesta quarta-feira (6) para fazer um discurso no qual disse estar com “vergonha” da política e, por isso, está “abandonando a vida pública”.
No discurso, o deputado não esclareceu se a afirmação significa que ele renunciará ou deixará de disputar eleições. Procurada, a assessoria de Tiririca informou que ele não pretende mais se candidatar.
Este foi o primeiro discurso de Tiririca desde que ele foi eleito, pela primeira vez, em 2010. O deputado está no segundo mandato e afirmou que deixará a vida pública por estar “bem chateado” com a política.
“Subo nesta tribuna pela primeira vez e pela última vez, não por morte, [mas] porque estou abandonando a vida pública”, disse.
O deputado acrescentou, em seguida: “É triste e o que vi nesses sete anos, saio totalmente com vergonha, não vou generalizar, não são todos, tem gente boa como em qualquer profissão.”
Assiduidade
Tiririca ressaltou ainda ser, segundo ele, um dos deputados mais assíduos na Câmara. No discurso, ele afirmou não ter feito “muita coisa”, mas atribuiu isso à “mecânica louca” do Congresso Nacional.
“Estou saindo triste para caramba, estou muito chateado, muito chateado mesmo com a nossa política, com o nosso parlamento. Eu, como artista popular que sou e político que estou, estou bem chateado. Não com os meus 7 anos aqui na política. Não fiz muita coisa, mas, pelo menos, fiz o que sou pago para fazer, estar aqui e votar de acordo com o povo”, declarou.
Para Tiririca, o Congresso brasileiro “trabalha muito e produz pouco.”
Preconceito
A um plenário esvaziado, com poucos deputados presentes, Tiririca disse ter sofrido preconceito no período em que esteve na Câmara. Na opinião dele, esse preconceito aconteceu por ele ser “humilde, do povo”. “Sofri preconceito. Ontem mesmo, ao chegar, um colega, colega, não… A gente discutiu, pensei até que ele ia me agredir. Depois, fui levantar a ficha dele e o cara é mais sujo do que pau de galinheiro, tem mais de cinco processos por desvio de dinheiro público e aí vem falar o que, por eu ser um cara humilde, um cara do povo?”, questionou.